segunda-feira, 22 de julho de 2013

Nos Vendo e Vendo a Própria Queda

     Ele ama, ele ri, ele ildo. Não se tem notícias, os dias são cada vez mais difíceis, vossa santidade sabe bem como não é fácil ser visto o tempo inteiro. As listrar vermelhas no branco, do lado 50 estrelas no céu azul nos vigia, nos visita todo dia, até conversa com você sem você saber. Nem o favelado era invisível, já foi tempo do morro não ser visto, aquele carregava na mente conhecimento que não se podia preservar, mas se não fosse aquele um outro ia, outro eu, outro você, outro Amarildo.
     De dentro das vitrines se vê uma gente que não se vê, que não me vê e nem você, mesmo porque você muito não vê. Não posso dizer quem vê porque esses estão me vendo, estão lendo, são a pedra do nosso caminho, os mesmo tristes e velhos fatos, dias inúteis, noites claras, máscaras, papas, ainda há muito a se dizer. O importante a se saber é o que esses são capaz de fazer, eles podem até não pensar em você, se pensaram fique tranquilo e não diga o que eles querem saber, preserve sua existência.
     Não precisam de motivos para prender, virar as costas é um desvio, desvio de conduta pode nos deixar atrás das grades onde o céu se toca e nada mais é redondo, as vezes o sol nem vive. É uma pena ter que dizer sem falar, ter que falar sem mostrar, apenas te pedir para buscar, mas buscar certo, eles tem armadinhas para te subordinar, é preciso sempre reiniciar, se atualizar e ensinar o que é preciso passar. Nossas amigos tem preço, seja dinheiro, seja o medo, seja o desespero, seja o homem branco vestido de negro que leva as almas para o cativeiro; bares e praças são desconfiáveis, os ouvidos estão em todo lugar, ouvidos que não só ouvem, mas que veem, que cheiram, que sentem e que falam, contam tudo o que passa.
     Caro, você precisa entender que Marias, Clarices e Severinos, que bêbados e equilibristas já estão sendo perseguidos pelo dragão que come gente, são picados pelo mosquitos com o veneno da morte, basta que falem desse medo de viver e não vai ter tempo de escrever a denúncia, mas se acontecer ofereça a face, você não é o único, o mundo precisa desse teu silêncio, o silêncio dos ¨bebês e de quem conhece a viúva. O dragão se enconde, aprenda como ele se alimenta, faça ele morrer de fome e de desejo de você, mas alguém sempre precisa saber, alguém que não é de muito perto de você, mas que tenha coragem de sobreviver, garanta a vivência da ideia, transmita, faça acontecer a queda  desse rei  que por tantos se espera.

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