domingo, 27 de julho de 2014
A Promessa Que Não Foi Cumprida
O Senhor apareceu a Abrão
e disse: "À sua descendência darei esta terra". Eles estão
vindo, já anunciaram, está no seu livro sagrado, sagrado pra eles que vem
vestido de vermelho e azul. Não posso dizer meu nome, mas preciso contar minha
história: Nasci no meio do deserto, não só um deserto de areia, mas também
um deserto de paz, este lugar em que vivo até hoje sempre foi cercado de
violência, na verdade eu nem sabia do significado da palavra violência porque
tudo isso sempre foi bem comum para mim. A história do meu país é só bomba e
choro, por isso entrei para o Hamas, não tenho nada a perder, minha mãe foi
morta e minha irmã que nem havia nascido foi exposta na porta de casa onde eu
morava para que eu não volte mais, eram tudo o que eu tinha e ver aquele feto
que poderia nos salvar foi muito cruel para mim, os judeus tem mais direitos
que nós palestinos, eles podem morar nas casas vazias, então eles nos matam
para esvaziar nosso lar, consegui fugir e isso é raro aqui. Realmente não entendo essa de “deus me deu” e “terra
prometida”, o deus deles não disse “não roubarás”? Não entendo isso. Mas
voltando, fiquei sem casa, sem bens, sem nada e procurei ajuda, recebi no
Hamas, minha mãe nunca permitiu que eu entrasse, ela sabia que era a única forma de combater Israel, mas era covarde, eu
entendo, quem quer perder um filho? Mas ela não está mais aqui e não tenho
saída a não ser lutar pelo meu lugar. Não temos um exercito nacional, então o próprio
povo precisa se organizar, e temos vários grupos, o maior é o meu. Produzimos
bombas, bloqueamos ruas, tudo com pouca tecnologia, afinal eles fecham nossa
fronteira e não entra e nem sai nada, nos viramos na medida do impossível. Meu povo não tem comida, não tem casa, não tem nada, eles
tem tudo, grandes veículos de guerra invadem nosso território e massacram, não
há o mínimo de dignidade, agora eu preciso ir embora, embora em todos os
sentidos, me vestirei de branco e atacarei aquele exército da forma que for só
em defesa, é óbvio que vão me matar, mas ninguém poderá dizer que não lutei
pelo meu povo e terei sete virgens comigo quando sair deste inferno. Resista
meu povo.
domingo, 13 de julho de 2014
Copa e Cozinha
Eis que terminou, conhecemos o grande vencedor da copa, a maioria de nós achamos que era a Alemanha, mas no fundo sabemos que são aquele homens engravatados que prONUncia os novos objetivos do nosso mundo. É, não adiantou nada gritar, levantar cartazes e lutar, os estrangeiros não precisaram dos nossos hospitais e da nossa escola, não procuraram saber pra onde vai nossa água, e nem se tocaram que o preço que eles acharam caro fazem parte do nosso dia a dia...
Mas deixa pra lá, vamos rezar para a Russia realmente acordar e se revoltar contra os EUA, para muitos isso não tem a minima significância, mas isso pode ser um marco dos novos rumos do mundo, de repente nossa libertação, sabe aquela esperança que temos na igualdade... pode se acender novamente, como o credo de Milton "tenha fé em nosso povo que ele acorda, tenha fé em nosso povo que ele assusta.". Ai, Milton, essa esperança se alimenta de nada, eles estão trocando figurinhas para completarem os álbuns, enquanto deixam pra lá a vida, o estudo, a comida, a família. Não nos importamos com a cozinha, só a Copa basta para sermos felizes, é uma pena que não me divirto com isso, não posso achar graça de um homem matando o outro pela manga verde no alto.
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