segunda-feira, 16 de setembro de 2013

A Cadeia que Amamos

domingo 5\9:
-oi
-oi, td bem?
-td bem, e vc?
-td certo, tá sumido.
-tô mesmo, é q tô trabalhando, então não tenho mais muito tempo pra ficar aqui e quando tenho tempo não tenho energia rsrs
-legal vc está trabalhando, não encontro emprego...
-é tá difícil, mas vc consegue. tô morrendo de saudade
-eu tbm, faz tanto que a gente não se vê
-é verdade, eu folgo nos domingos, podemos sair um domingo desses
-legal, podemos marcar sim, que tal irmos ao shopping?
-maneiro, depois vemos direito, tenho que sair, tô cansadão
-bj, não some hein
-bj, pode deixar.

domingo 12\9:
-oi
-olá
-e aí ainda tá trabalhando?
-sim, tô sim, e vc? 
-ainda não, mas tô procurando.
-isso não desiste, vou sair, vou dormir porque amanhã vai ser pesado
-ok, vai lá. não esquece que precisamos marcar pra beber alguma coisa
-não esqueço, e começo do mês que vem a gente vai... quem sabe.
-é, vamos sim, até
-até

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Esta é a cadeia em que vivemos sem sentir,
Esta é a algema que usamos sem notar,
Esta é a sucessão que temos que experienciar,
Esta é a cordilheira que experimentamos e nos perdemos,
Esta é a serrania em que passamos,
Esta é a ligação com o vazio que criamos,
Este é o xadrez que estamos sem constatar,
Este é o espinhaço em que andamos,
Este é o laço cego em que confiamos a flexibilidade,
Este é o cárcere em que mendigamos,
Este é somente o fim do caminho, o fim que não reconhecemos.
A morte que amamos.

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